Resultados preliminares

Foram levantados 618 artigos citaram a questão da detecção imperfeita e, dentre estes aproximadamente 420 utilizaram os modelos de ocupação para análise de dados empíricos. Foram encontradas aplicações do modelos em investigações de padrões e processos ecológicos variados, tais como associação entre espécies e habitat, dinâmica de metapopulações de espécies nativas e invasoras, distribuição geográfica de espécies, relações de competição e predação interesepecíficas ou intra-específicas e dinâmicas de comunidades. Estes trabalhos envolviam principalmente táxons de vertebrados, principalmente aves, peixes e anfíbios, assim como invertebrados, e plantas e patógenos.

Adicionalmente observou-se a aplicação dos modelos em estudos com objetivo de investigar os fatores ligados ao próprio processo de amostragem, tal como comparações diferentes métodos de amostragem de fauna, diferenças entre observadores na habilidade de deteção e características dos indivíduos que influenciam a detectabilidade (e.g. estar ou não no período reprodutivo, idade, sexo). Além dos trabalhos empíricos encontramos cerca de 30 trabalhos teóricos que desenvolviam extensões do modelo estático de ocupação originalmente proposto por Mackenzie.

Entre os 420 artigos empíricos cerca de 40% dos autores reportaram todas as informações necessárias para testarmos a hipótese a respeito da diferença entre valores de AIC dos modelos p(cov) e modelos p(.). Segundo análises preliminares há presença de um efeito significativo positivo nos valores de AIC dos modelos p(cov) – ver tabela abaixo. Este resultado sugere que o pressuposto de constância de detecção constante no tempo e no espaço é pouco plausível para a maioria dos estudos ecológicos realizados.

Legenda
Modelo Efeito aleatório \(\Delta \text{AIC}\) Intercepto IC (95%)
1 estudo + classe 0 20,1 10,1 – 29,8
2 estudo 0,1 19,08 13,7 – 26,4
3 classe 105,7 17,9 12,6 – 23,3
4 - 107,5 17,8 13,6 – 21,8